sábado, 7 de agosto de 2010

Capitulo 5. O Colapso

                                       Noites começavam e terminaram, só não era possível dizer quantos dias ou semanas haviam se passado. O tempo agora já não era mais importante.

Ja tinha perdido as contas de quantos dias havia caminhado, seu único cronômetro era seu corpo e agora marcava cansaço. Tudo era sempre sem luz, apagado e ligeiramente cinza.Era como se andasse por todo o mundo em uma linha curva e as coisas eram realmente diferente de tudo que acreditava.

Cidades, carros, casas, vales, montanhas, tudo que o mundo podia oferecer começaram a perder a graça. 

Tudo já tinha sido visto. Do topo da bondade até o fundo das coisas mais insanas. E assim seu corpo já não conseguia julgar o que era certo ou errado, estava perdendo o poder de discernimento. Não conseguia mais se importar nem avaliar. 

Seu corpo após muito tempo se esgotava de cansaço e dormir já não funcionava. 

Estava agora no fim do mundo, bem no finalzinho, era uma praia vasta e infinita. Havia alguns coqueiros ao longe mas era impossível tocar alguma coisa. A areia era lisa e plana e não existia marcas de passos de nenhuma outra pessoa

A falta de luz do dia tornava o horizonte um ambiente realmente nunca imaginado por alguém. Seus pés formigavam, seus olhos não ficavam mais abertos e era difícil ficar em pé. Ao final do cinza da praia, gastou a última de suas forças para puxar ar para os pulmões. 

Não existia mundo além da praia, era uma cena impossível. Era o fim. Meio ao tom opaco e o som baixo das ondas avistou um objeto a poucos metros.




Franziu os olhos para tentar ver melhor, não havia ninguém por perto. A morte e a dor ja não eram assustadoras agora. Sentiu um calafrio ao pensar que realmente teria de se aproximar e descobrir o que era. Com o pouco de luz disponível viu a frente um trono de médio porte, com as duas pernas traseiras enterradas na areia. Sobre o trono havia dois bebês, um menino e uma menina que sorriam felizes brincando um com o outro. 

Com um passo à frente, sentiu seu corpo falhar e caiu com toda força na areia dura da praia.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Capítulo 4. A confusão no silêncio

                                       Acabara de lembrar da voz que ouvira no sonho. Leve e feminina sussurrou mapeando secretamente o trajeto de um caminho. Mesmo misteriosa era doce e confiável como o sopro de um anjo.


Nas ruas a falta de luz trouxe uma visão silenciosa onde as pessoas acreditavam que aquilo era real. 


Tudo estava calculado e cronometrado. Pensou por um instante: Se as pessoas vivem tanto porque a felicidade no mundo era restrita a alguns momentos?



Com isso estava certo de que seguiria o trajeto, tudo ao seu redor já não fazia mais sentido. Estava pouco confiante de sua decisão mais não havia outra escolha.


Andando na penumbra seus pensamentos amontoavam e tentavam criar ilusões na escuridão, isso dificultava um pouco ver seu destino à frente. Se sentia um estrangeiro no mundo onde vivia todos os dias.


O caminho era nem tão longo e nem tão curto. Não havia lógica pois não estava descrito em nenhum livro e muito menos em algum mapa


Havia iniciado e não seria mais o mesmo desde então. Quando chegasse ao final, seu corpo estaria tão cansado que não haveria força para as ilusões enganarem sua mente

domingo, 1 de agosto de 2010

Capitulo 3. A escuridão

                                   Joshua acordou com os olhos pulando pra fora com as sobrancelhas erguidas, não sabia explicar o que foi real em seu sonho. 


Seu relógio marcava 10 da manhã, mas ao olhar na janela viu que ainda estava de noite. Ficou surpreso, pensou logo de início estar em algum eclipse solar ou coisa parecida. O céu era silencioso através do tintilar das estrelas.


Saiu na rua e achou engraçado a visão das pessoas seguirem suas rotinas normalmente. Isso não é uma cena que se vê todos os dias, pensou. Todas as luzes estavam apagadas e, pelo que parecia, não existia nenhuma forma de iluminação. 

Estranhamente era possível ver o detalhes da cidade e das pessoas pela escuridão ambiente, não que fosse bom, mas soava como se depois de algum tempo os olhos estivessem se acostumado com a falta de luz.

Seu senso de humor dizia que aquele era um momento para ser lembrado, porém começou a ficar inquieto quando as pessoas da avenida demonstravam não haver nada de errado no ar. 

Ele não estava mais sonhando.